Pesca&Dicas

SOL
Aliado ou adversário 


   

 
Em meio ao entusiasmo da pescaria, o fator sol é quase sempre esquecido e os danos causados à pele só são percebidos mais tarde.

Como é o seu relacionamento de pescador com o chamado Astro-rei? Você é daqueles que só pescam em dias ensolarados, considerando o sol um bom companheiro, que o estimula a pescar melhor e os peixes a virem diretamente para o seu anzol? Pertence à turma que “treme na base” se a previsão do tempo anuncia céu encoberto para o dia da pescaria? Ou faz parte de uma categoria de pescadores conscientes sobre as vantagens e desvantagens de pescar com sol forte?

Nada mais natural do que preferir pescar com sol brilhante o dia todo, sinônimo quase sempre de temperatura agradável e boa luminosidade, que despertam nosso sentidos e nos levam a tirar o máximo de roupa para evitar o excesso de calor. Sob o efeito da insolação, nosso corpo produz substâncias chamadas endorfinas (semelhantes à morfina), estimulantes da sensação de bem-estar.


Esse embalo de alto astral leva muitos pescadores a acreditar que num dia de bom tempo a pescaria pode ser mais favorável. Os radicais deste grupo chegam a desistir de ir para a água se perceberem ao horizonte qualquer formação de nuvens, o se a previsão do tempo cogitar a “possibilidade de chuvas ocasionais” ao longo de milhares de quilômetros quadrados que cercam a região do país onde eles pretendem pescar.

Para este pessoa, impossível pescar no inverno. O melhor é ficar em casa, bem protegido do ventinho frio, do nevoeiro que se forma sobre a água de manhã e no começo da noite, da garoa que pode encharcar a roupa em minutos. Mesmo porque segundo estes pescadores, com tempo ruim até os peixes fazem regime e fica ainda mais difícil tirá-los d’água. Por isso, não vale a pena o sacrifício de encarar o mau tempo.



Há também aqueles que encaram a questão de forma totalmente oposta. Para eles, a pescaria só é boa com o céu complemente tomada por nuvens, pode ser até à noite. Melhor ainda se cair ma tempestade no meio do expediente: diminuirá a concorrência no pesqueiro. O sol não lhes agrada e acreditam que a luminosidade não interfere na pescaria, não aumenta nem diminui a quantidade de peixes capturados, nem intensifica a sensação de fisgá-los. Gostam tanto dos raios solares quanto os morcegos e vampiros...

Independentemente do grupo a que você possa pertencer, é preciso destacar alguns fatos:
Gostando ou não dos raios solares, eles estão aí e não deixarão de existir de uma hora para a outra, intensificados em algumas regiões, devido à redução da camada protetora de ozônio, e prejudicados nas vizinhanças de fábricas e grandes cidades, onde as nuvens são substituídas pela fumaça da poluição;
Mesmo nas baixas temperaturas do inverno, os raios solares, podem atuar com plena intensidade (ou sejam, é possível apanhar insolação em julho, numa pescaria no Pantanal, por exemplo);
Os raios solares têm efeito tanto sobre o pescador como sobre os peixes, e é preciso tirar proveito deste fenômeno natural (ou pelo menos não ser prejudicado por ele).



Defenda-se – Em relação aos raios solares, esta é a melhor recomendação que se pode oferecer ao pescador: defenda-se. Nas longas jornadas de pesca embarcada, à beira da praia ou até no barranco, o pescador esportivo é obrigado a ficar horas exposto à insolação e, se não proteger adequadamente a pele, poderá ganhar queimaduras graves e até desenvolvimento do câncer de pele, doença que vem se manifestando com grande incidência neste país tropical.

O problema é que, em meio ano entusiasmo da pescaria e à vibração da captura, o fator sol quase sempre é esquecido e dos danos causados à pele só serão percebidos à noite, devido ao ardor da queimadura ou às bolhas deixadas nas partes mais sensíveis.
Muitas vezes é impossível evitar a exposição do rosto, nuca e outras partes do corpo pouco acostumadas ao sol, a não ser com uma providência antipática: interromper a diversão, ao menos no horário em que o Astro-rei se apresenta com maior inclemência. E que não haja ilusão: em dia de céu nublado também se ganham queimaduras graves. A sensação de calor pode ser menor e a luz ficar mais suave, mas grande parte dos raios solares atravessa com facilidade a frágil barreira representada pelas nuvens e alcança a pele.



Outra ilusão a ser evitada: ficar muito vermelho logo no primeiro dia de pescaria, obtendo o bronzeado que os amigos e a esposa tentam adquirir durante a temporada de verão. A vermelhidão da pele é apenas um aviso de que houve excesso de exposição ao sol, e os danos só serão devidamente apreciados no futuro. Quase sempre há queima (com morte) das células componentes das camadas superficiais da pele e, depois de alguns dias com aparência de pimentão, a vítima ganha o aspecto de cebola, pois a camada de tecido morto é substituída com o descascamento da parte necrosada. Boa parte das manchas, pintas e sardas são adquiridas desse modo.

O bronzeamento também pode ocorrer, se forem tomados os devidos cuidados, em dias subseqüentes de exposição ao sol. Na realidade, trata-se de uma reação de defesa da pela à agressão provocada pelos raios solares, pois é o resultado da transferência de melanócitos (células de pigmentação) das partes profundas para a superfície da pele. Isto pode ser feito de forma lenta e gradual, se a pessoa só se expuser ao sol por tempo limitado e nos horários em que estão ausentes os danosos raios infravermelhos e alguns tipos de ultravioleta. Mas, numa pescaria, quem vai se preocupar com bronzeamento?
Um fator que também não pode ser esquecido é a altitude. Ao pescar trutas numa região montanhosa, deve-se tomar cuidado redobrado porque os raios solares agem com maior intensidade. O ar mais seco aumenta o ressecamento da pele e dos cabelos, e a transpiração diminui.



O suor aliás, é outro mecanismo de defesa do organismo, pois; e através dele que é feita a troca de calor com o meio ambiente. Qualquer descuido e o pescador vai descobrir que o sol da montanha pode queimar tanto ou mais que o da beira de praia.
Providências básicas: O fundamental, portanto, é proteger com roupas a maior área do corpo. Calça comprida, calçado com meia (o peito do pé é um dos pontos que se queima com mais facilidade, já que no dia a dia raramente é exposto ao sol; ao caminhar, esta pele é comprimida e espichada e, se estiver inflamada pela queimadura, causará grande incômodo), blusa com mangas, preferivelmente até o punho, e colarinho alto. O boné na cabeça evitará o superaquecimento da caixa cerebral, protegendo também os olhos e a maior parte do rosto. A segunda aba dos modelos para pescadores é um bom escudo para a nuca. O boné é a proteção mais eficiente e barata para quem precisa manter a cabeça sob o sol quente por muito tempo. O tipo mais comum é o de aba simples, usado com bastante freqüência, por gente de todas as idades. Embora ajudem bastante – é melhor dispor de algum tipo de proteção do que nenhuma – o modelo mais apropriado para se usar numa pescaria é o de aba dupla, que vem se tornando uma espécie de símbolo do pescador esportivo.



O uso deste tipo de boné oferece muitas vantagens: ele cobre integralmente a parte superior da cabeça, enquanto a aba frontal, de formato alongado, faz sombra na maior parte do rosto e a aba traseira, mais flexível, envolve e dá proteção à nuca. Aliás, a nuca, por não ser vista no espelho, geralmente é ignorada em termos de proteção contra queimaduras. No entanto, a pele da nuca também é bastante sensível e costuma ser o primeiro indício de velhice, pois demonstra pelas rugas e pelos sinais de ressecamento os maus tratos enfrentados ao longo dos anos.
As partes que não forem cobertas com roupas devem receber farta porção de protetor solar, renovado toda vez que se perceber excesso de transpiração. O número do fator varia de acordo com a tez e a sensibilidade da pele da pessoa, mas se persistir dúvida quanto à escolha, o de fator 25 é dos mais indicados para todo e qualquer tipo de epiderme.
Se a pele começar a arder, é hora de dar adeus aos peixes. E é melhor evitar aquele “descanso rápido” na proa do barco, pois são freqüentes os casos de pessoas que interrompem as atividades para relaxar por alguns minutos, pegaram no sono e só acordaram com queimaduras graves nas partes do corpo que ficaram expostas à insolação. E os riscos provocados por longos períodos de exposição ao sol não se restringem às queimaduras. Em dias muito quentes, também é comum a queda de pressão arterial, cujo sintoma mais comum é a sensação de tontura. Quando isso ocorrer, é conveniente sair do sol, tomar água fria e umedecer partes como a nuca, teste e punhos, abaixando a cabeça e forçando o pescoço para baixo. Se for só este o problema, os sintomas provocados pela queda de pressão devem desaparecer rapidamente.

 

Boné de aba dupla

Boné tipo legionário, com proteção adicional para a nuca e lateriais do pescoço e rosto.



 
   
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