Pesca&Dicas

PESCA DE PRAIA


   

 

É verão e a pesca de praia é uma das alternativas para os aficionados pela pesca esportiva. Juntamente com a família, os amigos e mesmo sozinho podemos desfrutar e compartilhar de momentos deslumbrantes junto à Natureza. Estar à beira-mar fitando o horizonte distante, as formações de nuvens, sentindo o contato direto de nossos pés com a areia e a água, possibilitam descarregar muitas energias negativas e recarregarmos nosso corpo e espírito com a energia positiva necessária para enfrentarmos o cotidiano.

Nesses momentos devemos levar em conta que a quantidade de peixes capturados como também o tamanho dos mesmos não é a essência primordial, sendo na verdade apenas um dos elementos.

Hoje os peixes raramente alcançam proporções como aquelas da década de 60 ou procuram locais ainda intactos para manterem sua sobrevivência e a da própria espécie. Nestas circunstâncias, os grandes anzóis e linhas grossas, já não são mais necessários. Primeiro, porque aprendemos com o tempo que a técnica pode sobrepujar o maior dos peixes e segundo, porque hoje os mesmos, infelizmente para nós pescadores esportivos, dificilmente  atingem proporções avantajadas.

O camarão vivo ou morto, será a isca mais facilmente encontrada em toda a orla marítima. Mas se você tiver um pouco de paciência e técnica poderá usar tatuís, cernambis, corruptos, pedaços de peixe, etc.

Camarão Cernambi

                                            camarão                            cernambi                    

 


 

Outra preocupação é com o acondicionamento da isca para sua pescaria. Um fato de vital importância é o paladar e o olfato dos peixes. Estes sentidos nos peixes são bastante aguçados e, portanto, manter as mãos limpas e livres do cheiro de óleos, bronzeadores, bloqueadores solares, repelentes, água clorada, nicotina de cigarro, etc, pode fazer a diferença entre pegar e não pegar peixe. Se usar isca viva, um bom areador poderá manter as mesmas por mais tempo, mas não se esqueça de renovar a água de vez em quando. É interessante também tirar algumas informações com os caiçaras da região sobre as iscas mais produtivas para o local, quais as espécies da época e melhores horários. Neste caso a tábua das marés é bastante útil, nos ajudando a definir os melhores períodos. Mas, em geral, duas horas antes e duas horas depois da preamar e baixa-mar são as ideais.

Devemos levar em consideração que os peixes não ocorrem em qualquer local onde exista água. Ao contrário, dependendo do tipo de alimento necessário à sua sobrevivência, os peixes procuram pontos específicos. Tais pontos devem ser analisados pelo pescador para saber onde capturar suas presas. Com a preamar (maré cheia), a não ser que tenhamos um conhecimento prévio do local, dificilmente saberemos “ler as águas”, como se diz. O mais correto é você passear ao longo da praia com maré baixa para conhecer o local e poder tirar melhor proveito da pescaria. Os locais mais produtivos são os alagamares, desembocaduras de rios, canais de praia, praias com pedras e praias de tombo, entre outros.

De muita utilidade para o pescador de beira de praia é a mesa de pesca. Hoje diversos  fabricantes a produzem, existe inclusive uma que é feita de alumínio e possui uma mesinha  com uma caixinha para guardar as tralhas necessárias, fechada com velcro, em fórmica, além de uma caixa de alumínio, na qual está embutida uma pequena caixa de isopor para armazenagem de isca.

Algumas tralhas não podem ser esquecidas: leve consigo uma tesoura para cortar iscas quando necessário; uma faca também é útil; um saca-anzol muitas vezes nos ajuda a retirar o anzol que um peixe mais guloso engoliu; e, para aqueles que desejam manter a isca mais firme no anzol, evitando que o impacto causado pelo arremesso faça a isca escapar, a utilização do Elastricot ou linha de viscose soluciona o problema.


 

Neste caso, saiba prender corretamente a isca no anzol com os fios citados. Um  problema para quem está debutando na pesca de beira de praia é a escolha do material a ser utilizado. As varas para o surfcasting (pesca de arremesso à beira do mar) variam conforme as condições da pesca. Mas, para o nosso passatempo predileto varas de grafite ou fibra de vidro entre 2,40 m e 3,60 m serão a solução. Tudo depende do alcance que desejamos atingir e do peso ( chumbo) que vamos arremessar. Portanto é conveniente sempre estar atento a especificações como: comprimento da vara, tipo de material do qual a vara é construída e casting da vara, ou seja, que pesos em gramas a vara suporta ( por exemplo, casting entre 40 g e 100 g). Com relação à chumbada não devemos desprezar os diversos modelos existentes e as respectivas finalidades.

Pensar que, para atingir o objetivo, qualquer chumbada  resolve o problema é ledo engano. Para citar apenas algumas das muitas existentes temos:

  1. pé-de-pato: ideal para a pesca em locais com excesso de pedras, vegetação, etc, pois seu formato especial permite que ela seja deslocada para cima, quando recolhida rapidamente;
  2. clava: quando em locais com média ou forte correnteza, onde a fixação da chumbada muitas vezes é conveniente;
  3. gota com ou sem girador: é ideal para a pesca em locais profundos, sem ou correnteza moderada. Se com girador este minimiza em muito o inconveniente da excessiva torção da linha ou do conjunto ( linha e rabicho)
  4. pirâmide com ou sem girador: excelente em locais de correnteza com fundo arenoso ou lamacento. Se com girador permite que ela seja recolhida a qualquer velocidade, sem o inconveniente da torção da linha.

        

             Chumbada Pirâmide     Chumbada pé-de-pato        Chumbada clava                     chumbada gota

 


O uso de grampos para fixar a chumbada ao rabicho nos ajuda na rápida substituição quando necessário. As linhas usadas na pesca em beira de praia hoje devem ser mais finas (em relação às usadas antigamente), o que minimiza em parte os problemas causados pelo arrasto ( tensão) da correnteza e também porque, em geral, o tamanho dos peixes não será tão grande e se eventualmente ocorrer a fisgada de um espécime maior, a habilidade do pescador será colocada à prova. É evidente que não estamos pescando por competição, onde linhas 0,12 mm, 0,15 mm e 0,18 mm são usadas, em geral. Em nosso caso, linhas 0,25 mm e 0,30 mm e mais o rabicho nos dão segurança tanto no arremesso quanto na briga com um peixe maior.

 


Molinetes ou Carretilhas ?

O uso de molinete ou carretilha em beira de praia depende única e exclusivamente do gosto particular de cada um. Mas tenha certeza que os molinetes proporcionam maiores  distâncias e maior segurança para aqueles que não têm prática no uso de carretilhas, as quais podem causar sérios aborrecimentos por causa das famosas cabeleiras. Na verdade, tudo isso não passa de um equívoco que pode ser corrigido com o tempo e a prática no uso de carretilhas.

Procure sempre utilizar molinetes ou carretilhas compatíveis com as distâncias exigidas. Não esquecendo que a linha de nylon bem enrolada no carretel do molinete ou carretilha é de suma importância para uma boa performance evitando desse modo dores de cabeça.

O uso de anzóis com olho ou patinha depende somente da escola pessoal do pescador. Aqueles que não participam de competições não têm necessidade de utilizar anzóis minúsculos, pois em geral desejam peixes maiores e, se porventura, um peixe  pequeno vier a se fisgar é pouco provável que o anzol seja engolido e que em conseqüência disto o peixe tenha que ser sacrificado. Podermos então devolvê-lo à água sem maiores danos.


Um outro item muito importante para o praticante da pesca a beira-mar é o rabicho. Para a montagem do mesmo diversos itens são necessários, com os quais você poderá montá-lo sem maiores complicações. Basta um pouco de paciência e habilidade. O correto é você criar um sistema através de pequenos envelopes de plástico etiquetados com anotação do diâmetro da linha que compõe o rabicho, o comprimento  do mesmo para usá-lo com uma vara de comprimento compatível, entre outras anotações úteis. A forma de utilização do rabicho é bastante diversificada. Uma boa é aquela com um grampo para a colocação da chumbada, em seguida um nó de correr, a miçanga, o rotor, novamente outra miçanga, outro nó de correr, mais um nó de correr de reserva e a repetição de todo o processo novamente, com exceção do grampo. Neste caso, como vocês podem perceber, utiliza-se somente dois anzóis que são fixados nos rotores sendo estes regulados de acordo com a profundidade na qual o peixe está se alimentando. Este rabicho deve ser amarrado diretamente à linha principal do molinete ou carretilha, com comprimento quem, em geral, tem duas vezes a duas vezes e meia o comprimento da vara. Um nó para esta finalidade é o nó de Sangue.

 

                          Parte do rabicho        rotor de engate rápido   modelos de rotores

 

Muitos preferem outros modelos de rabichos com engates rápido para competição. Como estamos aqui para nos divertir e não para competir, não há necessidade deste dispositivo. O nó de correr é bastante simples e pode ser visto na seqüência de fotos. Este nó é feito com fio de costura n. 60 ou n. 40, dependendo do diâmetro da linha de nylon que compõe o rabicho. A fixação do anzol empatado no rotor é de extrema simplicidade, bastando para tanto a introdução do fio de nylon no orifício do rotor e, em seguida, a construção de um nó cego para não deixar que este retorne pelo mesmo orifício. Se o rotor tiver forma de molinha é preciso dar o nó cego na ponta oposta à linha do anzol empatado e então fixá-la à presilha e na seqüência enrolar a linha nas espirais do rotor.


 

Forme uma laçada com a linha que formará       Segurando a linha do rabicho em
o nó de correr (linha de costura) e segure           conjunto com a laçada e o restante das
junto com a linha de nylon do rabicho.               linhas firme para melhor apoio.

Agora dê de duas a três voltas ao redor             Neste ponto retorne as voltas por cima das
da linha de nylon sem apertá-las                        anteriores, mas de forma justa (de 6 a 8 vezes)

Segure o barril formado no último passo          Finalmente aperte o nó puxando as duas
e passe a ponta restante oriunda das                pontas e por último corte as pontas
voltas dentro da laçada                                     excedentes e pronto.

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